quinta-feira, 15 de agosto de 2013

PT não entende "cavalo-de-pau ideológico"

O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador José Américo (PT), bem que se esforçou para lucrar politicamente e partidarizar as manifestações desta quarta-feira, 14 de agosto, mas acabou vaiado e ridicularizado pelos jovens que protestaram contra a "caixa-preta" do trasporte na cidade e a tarifa de R$ 3,00.

"Eu não entendo o cavalo-de-pau ideológico desses manifestantes", reclamava o petista. "Eles iniciaram protestando contra o cartel do metrô e acabaram parando na Câmara Municipal reivindicando tarifa zero e exigindo acesso aos documentos da CPI do Transporte."


O nó dado na cabeça do vereador do PT é a prova definitiva de que seu partido perdeu a mão no trato com os manifestantes. Acostumados a cooPTar os movimentos sociais e ocupando o governo federal há 11 anos, os petistas acharam que iriam à forra com a nova onda de manifestações, desviando o foco dos protestos que pararam o país no mês de junho. Foi um tiro no pé.

Um grupo de manifestantes se reuniu na frente da Câmara paulistana. Cercado por PMs e guardas civis, o prédio todo envidraçado e sem grades localizado no Viaduto Jacareí, região central da cidade, foi alvo fácil para uma chuva de pedras e chuchus atirados por uma centena de jovens, vários deles mascarados ou com os rostos tampados.

Após a reação enérgica da PM, alguns vidros quebrados e pessoas feridas sem gravidade, houve uma ocupação pacífica da Câmara por cerca de 20 manifestantes: um grupo se dirigiu às galerias do plenário e outro foi ao oitavo andar, onde fica a sala do presidente José Américo.

Foram espalhadas faixas de uma organização identificada como ANEL (Assembléia Nacional dos Estudantes - Livre) e bandeiras do PSTU. Os manifestantes negaram a intenção de depredar a Câmara e aceitaram dialogar com os parlamentares.

A ocupação durou menos de 3 horas, após mediação do vereador Ricardo Young (PPS). Os manifestantes concordaram em retornar à Câmara para uma audiência pública às 18h da próxima quinta-feira, 22 de agosto, que discutirá a proposta de "tarifa zero" e os problemas do transporte na cidade.

Também foi prometido às entidades o acesso a todos os documentos reunidos pela CPI instalada na Câmara desde julho.

Antes de desocuparem as galerias, houve um bate-boca no plenário com o vereador José Américo, que para a imprensa havia chamado de "coitados" os manifestantes que "acabaram ficando sozinhos e acuados depois de um cavalo-de-pau político e ideológico, difícil de compreender".

Traduzindo: para o petista, eram aceitáveis as manifestações contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB), após as denúncias de cartel no metrô; mas ele não entendeu por que a gestão de Fernando Haddad e a CPI chapa-branca do PT voltaram a ser alvo dos protestos.

Os manifestantes foram didáticos e tentaram explicar, entre vaias ao petista e palavras de ordem: não estavam ali a favor ou contra determinado partido ou governo. Reivindicam o chamado passe-livre, combatem a "privatização" do sistema e exigem transparência. Também protestam contra a corrupção e o mensalão. Simples assim. Menos para o PT, que não entende mais nada há algum tempo.

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