quinta-feira, 1 de agosto de 2013

CPI do Transporte e a "volta dos que não foram"

Aconteceu nesta quinta-feira, 1º de agosto, mais uma encen... (ops!) sessão da CPI na Câmara de São Paulo, com muito bate-boca entre os vereadores, críticas partidárias aos governos (municipal, estadual e federal) e discussões que fogem completamente do foco de uma Comissão Parlamentar de Inquérito criada especificamente para apurar os custos do transporte público no município após as já históricas manifestações decorrentes do aumento de R$ 0,20 das tarifas de ônibus.

A maior polêmica, iniciada pelos vereadores Roberto Trípoli (PV) e Nelo Rodolfo (PMDB), foi a "volta" da relatora Edir Sales (líder do PSD de Gilberto Kassab) à CPI. O problema é que na semana passada a vereadora entregou uma carta de renúncia à participação dela na Comissão, noticiada em primeira mão pelo Blog do PPS. Porém, por um desses "mistérios" da política, diante do silêncio de Edir Sales, o presidente Paulo Fiorilo (PT) também se omitiu sobre o assunto e ainda tentou argumentar desconhecimento de qualquer carta protocolada na CPI.

Confrontada por Trípoli e Rodolfo, que afirmaram ter recebido em seus gabinetes a carta de renúncia de Edir, a vereadora tentou explicar que se tratava apenas de uma "consulta" aos colegas sobre a sua permanência na Comissão. Foi mais uma vez contestada e dessa vez foi socorrida pelo tucano Eduardo Tuma: "A vereadora não está sendo reintegrada à CPI porque ela nunca saiu", justificou.

Pegando carona na defesa do tucano, Edir Sales devolveu a provocação de Trípoli: "Eu estranho a presença dele, pois o líder do PV, vereador Dalton Silvano, disse que indicaria para o seu lugar um vereador do seu partido, mas o vereador Trípoli fez uma auto-indicação".

Em ato falho, Trípoli respondeu que "como vice-líder do PSDB...", prontamente corrigido, após burburinho no plenário (na presença do líder tucano Floriano Pesaro), para "como vice-líder do PV, eu indiquei em nome do partido este vereador para o lugar do vereador Dalton Silvano".

Vereador mais votado da atual legislatura, com 132.313 votos, Roberto Trípoli deixou o PSDB em 2005, no primeiro dia do ano (e também primeiro dia da gestão de José Serra na Prefeitura), quando foi eleito presidente da Câmara Municipal ao liderar manobra do "Centrão" e do PT contra o candidato "oficial" do governo tucano: o então colega de PSDB, vereador Ricardo Montoro. Presidente da Câmara por dois anos, filiou-se ao PV e posteriormente foi líder do prefeito Gilberto Kassab.

No início desta reunião da CPI, Trípoli fez um longo pronunciamento sugerindo que sejam ouvidos ex-secretários e especialistas em Transporte, para ser elaborado um "plano de mobilidade" para a cidade de São Paulo. Segundo o vereador, este seria um dos objetivos principais da CPI, além de "cortar a gordura" dos custos do sistema.

O vice-líder do PV sugeriu ainda um plebiscito para discutir o pedágio urbano na região central, além de aumento do preço da Zona Azul, o incentivo ao uso do transporte público e da bicicleta, e a implantação de duas faixas de corredores de ônibus em algumas vias.