sexta-feira, 20 de abril de 2012

Um diagnóstico das "burrices" do sistema de Saúde

Foi um sucesso nesta quinta-feira (19), com auditório lotado e participação entusiasmada dos pré-candidatos à Câmara Municipal, mais um dos encontros temáticos do PPS, desta vez sobre "Saúde", com exposições do Dr. Antonio Luiz Mamede Neto, professor da Unisa e funcionário público, e da pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine.

Para Soninha, além dos problemas crônicos estruturais da saúde pública, o maior desafio a ser enfrentado é a "burrice" do sistema. "Diferente dos outros candidatos, utilizo ônibus, metrô e as Unidades Básicas de Saúde (UBS), então conheço bem os serviços do município."

"A saúde é sempre um incômodo, mas tudo está integrado. Para uma vida mais saudável, diminuir a distância entre a casa e o trabalho jê é um grande passo. As pessoas precisam de lazer, qualidade de vida, horas de sono", afirma Soninha.

"Mas o atendimento em saúde não tem só gargalos ou a sobrecarga versus a falta de médicos e equipamentos. Tem burrices no sistema. É uma questão de gestão. Tem alguns lugares onde a demanda fica represada, porque é mal administrada."

"Para você ter uma consulta com um especialista, é preciso passar primeiro por um clínico geral. Isso é absolutamente dispensável. Até porque o clínico vai ouvir sua queixa e encaminhar para um especialista. A pessoa espera três meses para passar no clínico, fica cinco minutos no consultório e espera dois meses para ser atendido pelo especialista. Tem coisas que podem ser melhoradas na logística do sistema."

Diagnóstico dos problemas

O encontro concluiu que é importante promover a saúde – com redução da desigualdade, melhor qualidade do ar e água, educação, segurança alimentar, atividade física, sono e repouso. Para o tratamento de doenças, obviamente deve se buscar um sistema eficiente. Para tanto, é necessário:

- Realizar mutirões de consultas, exames e pequenas cirurgias, conforme as necessidades mais urgentes, e tirar o imenso atraso.

- Reduzir a espera por atendimento, diagnosticando a carência de cada região (falta de unidades de saúde, especialidades, profissionais, equipamentos ou manutenção) e melhorando a integração entre a rede municipal e estadual (sintonizando as agendas, encaminhando corretamente os pacientes e compartilhando informações sobre eles).

- Ampliar o PSF (Programa de Saúde da Família), por sua importância para a prevenção, e porque o médico de família conhece bem o paciente e não precisa de tantos exames quanto o de uma consulta rápida.

- Para os profissionais de saúde, melhor remuneração, melhores condições de trabalho, especialmente na periferia (estrutura, segurança e transporte se for o caso), gratificações por excelência no trabalho – e rigor contra a irresponsabilidade e absenteísmo.

- Implantar indicadores de desempenho e avaliação pela população e fortalecer conselhos gestores.

- Investir em ações de saúde para grupos específicos, como adolescentes, crianças, idosos, etc.